The only thing we are certain of after all these years is the insufficiency of explanation.

25/11/06

estranho.


E finalmente chego à conclusão que tudo aquilo que julgava ser infinito é, tal como tudo o resto, finito.
Tudo o que me dizes não passa, afinal, de histórias inventadas por ti. Não chega a humilhação de ser inferior a ti? Não chega o mal-estar profundo por saber que nunca estarei à tua altura?
Para quê mais? Explica-me. Para quê tudo isto se, na realidade, és tal e qual eu: um ser humano com defeitos que precisa de ser ouvido por alguém.
És, tal como eu, um estranho. Um simples estranho.

17/11/06

Vi-me revista em palavras sérias,
momentos raros,
perguntas instantâneas.
Perguntas que me fizeram ver que consigo ser algo que raramente sou.
Perguntas que me fizeram reflectir sobre a vida que tenho visto passar ao meu lado.
Perguntas que me fizeram saber que sinto algo mais do que apenas ódio.

Algo mais do que o ódio que sinto... só o desejo.

O desejo obsessivo.
O desejo compreendido.
O desejo correspondido.
O desejo impossível.
O desejo da posse.

Posse?

Posse de ti.
Posse da vida.
Posse do riso.
Posse da alegria.
Posse do ódio.


O ódio que sinto e o desejo possessivo de te ter. Coisas tão contrárias... Mas tão necessárias para a compreensão da paixão humana. Paixão essa que não pode ser compreendida.

11/11/06

olhar.




E tudo só porque, depois de todo o dia sofrido, ainda consigo ver uma íris verde, avelã, mel. Tudo só porque, depois de ter pensado que tava caída no chão, estendida como a morte, ainda me lembro daquele olhar e daquele movimento descuidado, mas insinuante, provocador e, mais que tudo o resto, tentador. Tudo apenas porque o olhar é mais bonito quando pensas apenas nele, e não noutra coisa.

10/11/06

longe.

Se queres viver, vive em planos diferentes que os meus.
Vive em realidades diferentes das minhas.
Vive de maneira a não te cruzares com o vibrar do meu corpo.
Vive de forma a não ter que evitar o teu olhar.
Vive de forma a nunca mais me desapontares.
Vive como quiseres.
Mas vive com dignidade....
e de preferência, longe de mim.

E morremos.

E quando só uma pessoa deita abaixo toda a felicidade de momentos sucessivos?


E quando só uma pessoa percebe isso?


E quando não queres acreditar que uma realidade dói mais que um sonho que morreu?



(Apenas 3 pessoas no vazio.
Cada uma pior que a outra.
2 apenas.
E morremos.)