É nestes intervalos de tempo em que me afasto de mim mesma em que descubro o que perco por ser quem sou e o que ganho por me afastar de mim mesma. Sei agora que a verdadeira essência da minha vida é ser o outro alguém quando o meu eu real dorme. Esse outro alguém é o meu verdadeiro eu, embora não o meu real eu.
Enquanto durmo, vagueio pela noite e subo até ao céu....vejo as nuvens e passo por entre as estrelas.
Ah! Lá está ela! A mais bonita de todas! Não me refiro à mais brilhante, mas sim à mais bonita. A mais pequena, mais afastada de todas...A sua forma misteriosa dá-lhe um valor bastante mais superior do que ás outras. Eu pelo menos dou-lhe mais valor.
Vejo-me agora reflectida em Alberto Caeiro, ou melhor dizendo, em Fernando Pessoa:
Leve, leve, muito leve,
Um vento muito leve passa,
E vai-se, sempre muito leve.
E eu não sei o que penso
Nem procuro sabê-lo.
3 comentários:
lindo...
(:
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